Médico anestesista é suspeito de ter estuprado pelo menos seis mulheres.
Giovanni Quintella Bezerra, o médico anestesista acusado de estupro de pelo menos seis mulheres, teve seu pedido de liberdade recusado pela Justiça do Rio de Janeiro nesta última terça-feira (1/11). O juiz Carlos Marcio da Costa Cortazio Correa, da 2ª Vara Criminal de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, negou o pedido da defesa, de acordo com as informações do site G1.
O anestesista foi denunciado por estupro, após ser filmado por funcionárias do Hospital da Mulher Heloneida Studart em São João do Meriti, em julho deste ano (2022) cometendo o crime.
Uma das profissionais, que acompanhava a cirurgia, registrou o crime com um aparelho celular, que ficou escondido na parte interna de um armário que estava dentro do centro cirúrgico. Giovanni Quintella foi preso em flagrante no dia 10 de julho e teve decretada a prisão preventiva, que não tem prazo para expirar, após passar por uma audiência de custódia.
A defesa do anestesista pediu o reconhecimento da ilegalidade da prova que foi obtida por meio de captação ambiental e por consequência, de ausência de justa causa em razão da inexistência de indícios da materialidade e autoria. Os pedidos foram rejeitados pela Justiça.
Direitos autorais: Reprodução Divulgação / Polícia Civil do RJ
A delegada responsável pelo caso, Bárbara Loma, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, informou que já foram identificadas até o momento aproximadamente trinta vítimas do médico anestesista. Todas foram anestesiadas em diferentes unidades hospitalares. Os policiais continuam buscando listas com todos os nomes das pacientes atendidas pelo médico anestesista desde abril deste ano até o momento, na tentativa de encontrar mais vítimas de Giovanni Quintella.
Bárbara Loma acredita que seis mulheres tenham sido violentadas pelo médico anestesista, entre elas, a vítima que aparece no vídeo que flagrou Giovanni estuprando a paciente que estava sedada durante cesariana em junho deste ano.
Segundo o apurado pela CNN Brasil, a sedação foi confirmada pela equipe que estava no local enquanto a paciente estava sendo atendida durante o parto cesariano. Para a delegada do caso, “os procedimentos foram parecidos” quando comparados com outros relatos recebidos de outras vítimas do médico anestesista, Giovanni Quintella.
Desconfiança de funcionárias
Enfermeiras e técnicas do Hospital da Mulher Heloneida Studart gravaram o médico anestesista Giovanni Quintella abusando sexualmente de uma paciente sedada, durante uma cirurgia de parto na madrugada da segunda-feira do dia 10 de julho. O vídeo foi fundamental para a prisão em flagrante do médico.
Várias funcionárias já estavam desconfiando do comportamento do médico anestesista ao aplicar uma grande quantidade de sedativo nas grávidas durante o parto. No vídeo gravado é possível ver que a paciente está deitada numa maca, inconsciente. No lado oposto, a menos de um metro de distância, estão outros médicos que não notaram Giovanni abrir o zíper da calça para violentar a paciente sedada. O médico anestesista não faz movimentos bruscos para não levantar suspeitas dos demais na sala cirúrgica. Quando termina o ato, o anestesista pega um lenço de papel e limpa a vítima para esconder os vestígios do crime.
As enfermeiras e técnicas de enfermagem responsáveis pela gravação do flagrante contaram que só conseguiram fazer o registro na terceira operação do dia, quando conseguiram trocar a sala. Então elas esconderam o telefone e puderam confirmar os estupros cometidos pelo anestesista.
O anestesista responde por estupro de vulnerável, que tem pena de 8 a 15 anos de reclusão. Em nota, a defesa de Giovanni Quintella alega que não teve acesso aos depoimentos e aos elementos que confirmariam as provas contra o anestesista e que só se manifestarão após ter acesso às gravações realizadas.