O caso ocorreu no Brooklyn, em Nova Iorque, e os tabloides estadunidenses apontam como um dos crimes mais horríveis na memória recente da cidade.
Crimes que ocorrem contra crianças costumam emocionar e mobilizar a sociedade, que se sente inconformada com mortes ou qualquer tipo de investida contra a infância. Por serem vulneráveis, acabam se tornando destaque na imprensa, e é costumeiro que uma comoção pública generalizada acabe se formando nas semanas seguintes a algum crime desse tipo.
No dia 12 de setembro, de acordo com reportagem do The New York Times, uma mulher de 30 anos é suspeita de matar os três filhos afogados em Coney Island. Zachary Merdy, de sete anos, Liliana Merdy, de quatro, e Oliver Bondarev, de apenas três meses, foram encontrados na praia a uma distância de três quilômetros de onde a mãe, Erin Merdy, foi vista pela última vez.
As crianças foram levadas ao hospital, onde a morte das três foi constatada, causando choque em todo o Departamento de Polícia da cidade de Nova Iorque. A suspeita foi presa cerca de dois dias depois que os corpos foram encontrados, e o legista apontou a morte dos filhos de Erin como homicídio por afogamento.
A polícia relata que, no dia em que o crime ocorreu, chegou a receber uma ligação à 1h40 da manhã, de um homem pedindo que os oficiais verificassem Erin. Ele acreditava que as crianças poderiam estar em perigo, e cerca de 90 minutos depois ela foi vista completamente encharcada, andando no calçadão de Brighton Beach, sem os filhos.
O chefe do departamento de polícia, Kenneth Corey, foi quem prestou esclarecimento à imprensa. Depois disso, as crianças acabaram sendo encontradas a apenas três quilômetros de onde Erin foi vista pela polícia, às 4h30 da manhã. Elas estavam inconscientes, na costa da da West 35th Street, em Coney Island. As crianças foram levadas para o Hospital Coney Island, onde foram declaradas mortas, disse o chefe Corey.
Na quarta-feira, membros da 60ª Delegacia do Departamento de Polícia, que responderam ao local, agradeceram ao comissário de polícia Keechant Sewell em uma publicação no Twitter por apoiá-los nos dias após o afogamento.
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Em 2020, de acordo com um oficial da lei que falou sob condição de anonimato, a Administração de Serviços para Crianças da cidade encontrou evidências para apoiar uma alegação de negligência ou abuso contra Merdy. Detalhes sobre o caso não estavam disponíveis, e a agência disse que não poderia discutir sobre a mãe, enquanto aguarda o resultado de sua investigação das mortes.
Mas um funcionário da agência, que falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a discutir o caso, disse na terça-feira que não entrou com uma petição no tribunal de família contra Merdy, obrigada a buscar supervisão judicial da família ou remoção de crianças de sua custódia.
No ano passado, após uma série de mortes por abuso de crianças, onde parecia que a polícia ou os investigadores da Administração de Serviços para Crianças pareciam ter pulado etapas ou encerrado um caso muito cedo, a cidade reformulou seu sistema para vigiar as famílias, incluindo mais visitas não anunciadas, e reforçando as investigações.
Na quarta-feira, no saguão do prédio de apartamentos de Merdy em Coney Island, os vizinhos montaram um pequeno memorial para as crianças. Balões com personagens animados como Minnie Mouse foram presos a uma caixa de papelão cheia de brinquedos de pelúcia e uma pequena bola de futebol – um aceno para Zachary, que jogou como wide receiver, linebacker e linha ofensiva para um time juvenil chamado Silverbacks.
“RIP Zachary Liliana Oliver”, dizia uma nota deixada no memorial. “Você sempre estará em nossos corações.” A mãe de Merdy, Jacqueline Scott, pediu privacidade na quarta-feira. Ela disse que sua família está de luto e se recusou a comentar as acusações. Muitos apontam que a mulher pode ter matado as crianças depois de, supostamente, ter contraído uma dívida de R$ 60 mil, mas as informações não foram confirmadas por nenhum órgão oficial.