Em 2015, a inglesa Sarah Sands foi condenada por homicídio privilegiado, aquele cometido por razão de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, por esfaquear seu vizinho após ter descoberto que ele era um pedófilo.
Cinco anos depois do julgamento, ela enfim revelou publicamente, em entrevista ao The Sun, o motivo pelo qual cometeu o crime: ele havia abusado de seu filho de 12 anos.
Mãe de cinco filhos, ela foi condenada a sete anos de prisão e passou quase quatro atrás das grades antes de ser libertada. “Fiz o que qualquer mãe faria, porque ele fez isso com meu filho Bradley, meu garotinho. Nunca sonhei que seria capaz. Não tenho orgulho disso, mas pelo menos sei que ele não pode machucar mais ninguém”, disse ao jornal britânico.
Durante o julgamento, descobriu-se que o homem, chamado Pleasted, tinha 24 condenações por crimes sexuais ao longo de três décadas. Quando foi morar ao lado de Sands, no entanto, ele havia mudado o nome e fugido da Justiça.
Em 2014, quando Bradley tinha 12 anos, Pleasted ofereceu ao jovem um emprego na loja onde ele era voluntário. Sands disse que não tinha motivos para não confiar em seu vizinho, que tinha 77 anos na época.
Poucas semanas depois, ela foi informada de que ele havia sido acusado de molestar duas crianças. Seu filho negou que algo tivesse acontecido com ele, mas meses depois, o jovem desabou e admitiu que tinha sido abusado.
Hoje, com 19 anos, o filho Bradley revelou que não quis contar para ninguém sobre o abuso, porque estava ‘muito envergonhado’ no início e pensou que teria problemas. Mas ele estava tendo pesadelos de que o pedófilo iria atrás dele novamente e resolveu contar para a mãe.
Pleasted negou as acusações, o que significava que as jovens vítimas teriam que ir ao tribunal para testemunhar contra ele. Durante o julgamento do homicídio, Sands disse que foi à casa do vizinho para implorar que ele admitisse seus crimes e poupasse os jovens de ir ao tribunal. Mas quando ele atendeu a porta, ele ignorou seu pedido e apenas sorriu ao dizer que os meninos eram todos mentirosos e que haviam arruinado sua vida.
Sands, que havia se armado com uma faca de cozinha antes de ir à casa de Pleasted, disse que “perdeu o controle” e o esfaqueou oito vezes. Em poucas horas, ela se entregou à polícia. Após o julgamento, ela se livrou da acusação de assassinato, sendo condenada por homício privilegiado, quando há intenção de matar, porém o motivo é fruto de um relevante valor social ou moral ou o autor do crime foi tomado por uma forte emoção, o que leva à atenuação da pena.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, população LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.