Um profissional médico responsável por um dos sobreviventes do devastador acidente aéreo na Coreia do Sul revelou informações sobre o estado de saúde do paciente e suas primeiras declarações após ser resgatado.
Na manhã de domingo, 29 de dezembro, um Boeing 737-800 com 15 anos de uso caiu no Aeroporto Internacional de Muan, localizado aproximadamente 290 quilômetros ao sul de Seul.
O voo 2216 da Jeju Air, que levava 181 passageiros, enfrentou um dos mais graves desastres da aviação civil interna da Coreia do Sul.
Os detalhes do acidente
Aproximadamente às 9h03, horário local, a aeronave tentava um pouso forçado no Aeroporto Internacional de Muan devido a uma falha no acionamento do trem de pouso.
Conforme relatos, o piloto havia solicitado ajuda, mencionando uma possível “colisão com pássaros”. “Declarou pedido de socorro após emitir o alerta de colisão com pássaros”, explicou Joo Jong-wan, diretor da Divisão de Política de Aviação do Ministério de Terras, Infraestrutura e Transporte da Coreia do Sul, conforme reportado pela NBC News.
Colisões entre aviões e pássaros são comuns; contudo, em situações graves, podem danificar motores e sistemas vitais das aeronaves.
Acredita-se que o impacto tenha comprometido seriamente a operação da aeronave, forçando o piloto a realizar um pouso emergencial.
Imagens divulgadas mostram o avião derrapando na pista sem o trem de pouso antes de colidir contra um muro e incendiar-se. O cenário foi descrito como catastrófico, com investigações em andamento para determinar as causas exatas da falha.
Um saldo trágico
Dos 181 passageiros e tripulantes a bordo, 179 foram confirmados mortos, marcando este como o pior desastre de aviação doméstica na história sul-coreana. Apenas dois sobreviventes foram resgatados vivos, ambos membros da tripulação, que atualmente estão sendo tratados em hospitais locais.
Segundo o diretor do hospital onde um dos sobreviventes está internado, trata-se de um comissário de bordo de 33 anos que, apesar das lesões, está consciente e capaz de se comunicar.
“Ele é totalmente capaz de se comunicar. Não há nenhuma indicação ainda de perda de memória ou algo assim”, afirmou Ju Woong, diretor do hospital, conforme citado pela agência Yonhap.
O sobrevivente relatou aos médicos que “acordou e foi resgatado”, mas detalhes sobre os eventos durante o acidente ainda não foram revelados.
Mensagens de desespero
Informações veiculadas pela mídia local indicam que um passageiro a bordo enviou uma mensagem para um familiar pouco antes do impacto. A mensagem mencionava um pássaro preso na asa do avião, possivelmente relacionado à falha no trem de pouso.
“Devo deixar minhas últimas palavras”, escreveu o passageiro na mensagem.
Após isso, não houve mais contato com o parente. Essa mensagem reforça a hipótese inicial de que a colisão com pássaros teve um papel crucial no desastre.
As autoridades continuam trabalhando para determinar se essa foi a causa principal ou se outros fatores contribuíram para a tragédia.
O impacto na aviação sul-coreana
Este ato violento chocou o país e levantou questões sobre segurança e manutenção na aviação doméstica. A Jeju Air ainda não fez declarações oficiais sobre as condições da aeronave ou os procedimentos adotados antes do embarque.
Enquanto as investigações prosseguem, especialistas enfatizam a necessidade de revisões mais rigorosas nos protocolos de segurança para prevenir futuras tragédias. O acidente do voo 2216 da Jeju Air deixou marcas profundas na aviação sul-coreana e nas famílias das vítimas.
Enquanto as autoridades buscam esclarecer as circunstâncias, as histórias dos sobreviventes e as mensagens finais dos passageiros refletem a magnitude dessa tragédia.
O ocorrido serve como um alerta para a importância da segurança e da manutenção rigorosa em todas as operações de aviação.