Um menino de 11 anos foi encontrado por vizinhos em Itu (SP) com sinais de tortura e maus-tratos.
A suspeita é de que ele sofre violência física e psicológica dos pais. O Conselho Tutelar recebeu a denúncia nesta segunda-feira (2) e foi até o local indicado para resgatar a criança.
Em relato às pessoas que o encontraram, o garoto contou que apanhava há cinco anos e era enforcado por fio. Além disso, ele disse que já foi atingido por um facão e por água de bateria de carro, o que causou uma falha no cabelo.
Os pais da criança não foram encontrados depois que o garoto foi localizado. A criança ainda contou que o pai o obrigava a mentir sobre os ferimentos.
O garoto fugiu de casa, pois não aguentava mais as agressões. Ele contou a um amigo, que revelou o caso no bairro.
Segundo o 4º Distrito Policial de Itu, o menino irá fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Sorocaba (SP), nesta terça-feira (3), para avaliar os ferimentos. Ele ficou sob cuidados do Conselho Tutelar.
A criança será ouvida oficialmente pela polícia com a presença de um conselheiro. Os pais são procurados para prestarem depoimento na delegacia. Um inquérito policial para a investigação do caso será instaurado.
Polícia pede prisão de pais
Segundo o delegado de Itu, o pedido de prisão dos pais foi encaminhado para ser validado pelo judiciário. A prisão preventiva foi qualificada como tortura, lesão corporal e abandono de incapaz.
Mãe foi presa em 2013
Conforme as investigações, a mãe do menino já havia sido presa em 2013 por suspeita de matar o filho mais novo. A criança tinha um ano e havia dado entrada no hospital em óbito. Aos médicos, a mãe afirmou que o bebê tinha se afogado com leite.
Médico que atendeu caso em 2013 chegou a citar suspeita de maus-tratos a criança que morreu em Itu (SP) – Direitos autorais: Reprodução/ Arquivo TV TEM
No entanto, segundo o boletim de ocorrência registrado em 14 de julho de 2013, não foi encontrado nenhum tipo de alimento no organismo da criança. A mulher foi presa no mesmo dia. Na época, o pai chegou a dizer que tinha conhecimento de que a mãe maltratava as crianças, porém, nunca denunciou com medo de perder os filhos.
Após o resultado dos exames necroscópicos do bebê, a polícia pediu a prisão preventiva da mãe. O laudo apontava que a criança morreu de hipóxia aguda – insuficiência respiratória.
Entretanto, depois de um mês presa, a mulher acabou sendo liberada, já que não foi possível comprovar como e se os crimes foram cometidos por ela. O caso foi arquivado pela 2ª Vara Criminal de Itu.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, população LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.