Apenas a madrasta tinha capacidade física para ter desferido golpe que vitimou o menino Ian, de 2 anos. Essa é a conclusão do inquérito da Polícia Civil, divulgado nesta quinta-feira (2), durante entrevista à imprensa, em Belo Horizonte. O garotinho morreu no dia 10 de janeiro deste ano.
A investigação levou mais de 50 dias e contou com uma simulação e análise minuciosa do Instituto Médico Legal (IML). Na ocasião do crime, estavam em casa a madrasta, a filha dela de 5 anos e a vítima. Bruna Cristine dos Santos, de 34 anos, foi indiciada por homicídio duplamente qualificado.
“Uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, uma vez que ficou demonstrado que ela foi golpeada na nuca, que provocou forte traumatismo craniano. A segunda qualificadora foi pela prática de homicídio contra criança e adolescente menor de 14 anos”, afirmou o delegado Diego Lopes.
O objeto utilizado por Bruna não foi identificado pela polícia. A lesão foi da nuca até o meio da cabeça. A perícia do IML aponta que traumas cranianos desta magnitude levariam a uma alteração imediata do comportamento da criança, seja por perda de consciência, convulsão, vômitos ou mesmo por choro incontrolável.
A polícia também teve acesso à troca de mensagens entre a madrasta e o pai de Ian, na noite do crime, e concluiu que o pai não estava em casa no momento da agressão. Ele chegou por volta de 1h e teria encontrado o menino muito mal, desacordado e, mesmo assim, o casal só decidiu levar a criança ao hospital por volta das 4h.
Segundo as investigações, Márcio da Rocha, de 31 anos, tentou esconder a omissão.
Em uma das versões ele diz que, assim que chega em casa, acorda Bruna. Pega o Ian no sofá e, de imediato, os dois prestam socorro a ele.
O pai também foi indiciado por homicídio duplamente qualificado.
Ian Henrique de Almeida morreu no dia 10 de janeiro, dois dias depois de dar entrada no hospital. A criança estava em estado grave, com vários ferimentos pelo corpo. De acordo com as investigações, ele era vítima frequente de maus-tratos.