A história do refugiado inspirou o filme estrelado por Tom Hanks, em 2004, e ficou conhecido no mundo inteiro quando grandes tabloides se interessaram por sua vida.

O refugiado político iraniano que viveu por mais de 18 anos no aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, no norte de Paris, morreu no dia 12 de novembro de ataque cardíaco. A história de Mehran Karimi Nasseri inspirou Steven Spielberg no filme “O Terminal”, de 2004, que teve o ator Tom Hanks como protagonista.

A informação foi divulgada oficialmente pela AFP, que confirmou a morte de Mehran com um funcionário do aeroporto. Pouco antes das 12h do dia 12 de novembro, o refugiado faleceu de causas naturais no portão 2F, onde tinha voltado a morar há poucas semanas. A fonte explicou que depois de ter gasto grande parte do dinheiro que tinha arrecadado com o filme, ele tinha voltado a viver no mesmo local onde tudo começou, e vários milhares de euros foram encontrados com ele.

Mehran Karimi nasceu em 1945, em Masjed Soleiman, na província iraniana do Cuzestão, e acabou ficando conhecido como “Sir Alfred” ao longo dos anos. Em novembro de 1988, depois de uma longa viagem em busca de sua mãe, ele fixou sua residência no aeroporto Roissy-Charles de Gaulle, em Paris, na França.

O refugiado já tinha passado por múltiplas cidades em países diferentes, como Londres, Berlim e Amsterdã, mas sempre acabava sendo expulso por não apresentar a documentação necessária para morar nos locais. Em 1999, ele conseguiu obter o status de refugiado na França, ficando autorizado a residir no país.

Direitos autorais: Reprodução.

Mehran passou a morar no portão 2F, no aeroporto parisiense, conheceu os funcionários do local e se tornou uma figura controversa para todos. Antes de sua história se tornar o filme de Steven Spielberg, tabloides conhecidos no mundo inteiro passaram a se interessar pela sua trajetória que tinha o levado até ali.

Em 2004, Tom Hanks foi quem deu vida ao personagem inspirado em Nasseri no longa-metragem “O Terminal”, de Steven Spielberg. Logo depois do filme, com sua história ainda mais conhecida, o refugiado tinha passado a morar em um albergue em Paris. “Toda a comunidade aeroportuária estava ligada a ele, mesmo que preferíssemos que ele encontrasse um verdadeiro abrigo”, explicou um porta-voz do aeroporto.

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Diferenças entre filme e realidade

Ainda que a história de Nasseri tenha sido a principal inspiração para o longa-metragem, o porta-voz do aeroporto frisou que ele sempre foi livre para entrar e sair do local. “O filme de Spielberg sugere que ele estava preso em uma zona de trânsito em Paris-Charles de Gaulle. Na realidade, ele passou várias estadias lá, mas sempre na área pública do aeroporto, sempre teve liberdade para se movimentar”, narra.

Antes do ocorrido, ele estava a caminho da Inglaterra, via Bélgica e França, quando acabou perdendo seus documentos e não pôde embarcar em um voo e nem sair do aeroporto, ficando preso no local até 2006 no que muitos chamaram de “limbo da diplomacia”. As autoridades francesas, após a repercussão do caso, deram permissão para que ele residisse na França, mas ele chegou a recusar deliberadamente.

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Seu destino final era a Inglaterra, e por isso continuou anos no aeroporto até que conseguisse permissão para embarcar em outro voo e recuperasse sua documentação. Segundo reportagem da BBC, ele costumava passar seus dias cercado por carrinhos que guardavam seus bens acumulados ao longo do tempo, escrevendo sua história em um caderno e lendo livros e jornais.

Com o dinheiro que recebeu do filme, ele conseguiu passar o tempo morando em um albergue, mas pouco se sabe sobre o resto de sua história até voltar a morar no aeroporto.

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Agatha Rodriguez
Jornalista e redatora no site O Segredo. Procura escrever sobre temas impactantes e presentes no cotidiano de todos, incentivando as pessoas a se tornarem melhores a cada dia.

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