Mulher aproveita promoção da “picanha mito” para comprar carne para o aniversário de sua mãe, mas morre em seguida.
No dia 2 de outubro, domingo de eleição, um frigorífico de Goiânia anunciou uma promoção da “picanha mito” por R$ 22 o quilo. A promoção gerou tumulto na porta do local e uma mulher veio a óbito após passar mal durante as compras. De acordo com informações do G1, o irmão da vítima, que não quis se identificar, explicou que a irmã tinha ido aproveitar a promoção da “picanha mito” a fim de comemorar o aniversário de 71 anos de sua mãe.
A mulher identificada como Yeda Batista da Silva, de 46 anos, tinha ido ao frigorífico com o marido para comprar carne para o aniversário da mãe, que completaria 71 anos na terça-feira, dia 4 de outubro. Segundo o irmão, Yeda passou mal no meio do tumulto e foi embora para casa. Em seguida, precisou ser levada pelo marido ao hospital e, horas depois de ser internada, morreu devido a uma hemorragia.
O irmão da vítima lamentou a perda da irmã, destacando que a carne era para celebrar o aniversário da mãe deles. Os familiares de Yeda Batista da Silva registraram um boletim de ocorrência relatando a morte para a Polícia Civil, e o caso foi registrado inicialmente como morte acidental.
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Tumulto na porta do frigorífico
Segundo o marido da vítima, bombeiro aposentado, Yeda Batista da Silva já tinha uma doença preexistente. Ele contou que a sua mulher foi espremida durante o tumulto e decidiu esperar pelo marido dentro do carro. Quando o bombeiro voltou, percebeu que a perna da esposa estava inchada e ela reclamava de dor.
Ao voltarem para casa, o marido da vítima saiu para votar, mas ela ligou para ele dizendo que continuava com muitas dores. O bombeiro aposentado retornou e levou a no hospital, onde os médicos a transferiram para unidade especializada em angiologia, pois o problema era vascular. Entretanto, a mulher não resistiu e morreu devido a uma hemorragia.
“Picanha Mito” e propaganda irregular
Durante o primeiro turno das Eleições de 2022, o frigorífico de Goiás anunciou uma promoção do quilo da picanha, que foi chamado de “Picanha Mito”, fazendo referência ao atual presidente e também candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). A promoção valia apenas para quem estivesse usando a camiseta do Brasil.
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O valor original da carne era de R$ 129,99, mas, por causa das eleições, o frigorífico quis demonstrar apoio a Bolsonaro e colocou o valor a R$ 22, o mesmo número da campanha política do atual presidente. Por causa da promoção, muitos eleitores de Bolsonaro compareceram ao local, resultando em uma aglomeração na porta.
Ainda segundo o G1, o juiz eleitoral Wilton Muller Salomão determinou a suspensão da promoção e da divulgação no mesmo dia. Um especialista em justiça eleitoral informou também que o desconto de mais de R$ 100 no quilo da picanha pode ser configurado como um “incentivo” ao eleitor para votar em Jair Bolsonaro, ou seja, o caso deve ser analisado, e pode ser configurado crime de corrupção eleitoral.
Propaganda em helicóptero
No dia 27 de setembro, o Ministério Público Eleitoral pediu a condenação e o pagamento de uma multa no valor de R$ 20 mil contra o cantor Gusttavo Lima e o frigorífico de Goiânia por propaganda eleitoral irregular em um helicóptero. O caso aconteceu em maio, quando o Ministério Público Eleitoral foi noticiado sobre um heliponto da loja Frigorífico Goiás, de um helicóptero adesivado nas cores verde e amarelo, com a mensagem “Bolsonaro Presidente”.
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De acordo com a nota do advogado Cláudio Bessas, da Balada Eventos, o helicóptero em questão não pertence ao cantor Gusttavo Lima, mas ao proprietário do Frigorífico Goiás. O sertanejo teve contrato de uso de imagem com a empresa, entretanto, ele já foi encerrado.