A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu um homem sob acusação de abusar sexualmente de sua filha adotiva de 12 anos. O crime ocorreu em Montes Claros (MG), com a prisão sendo efetuada na última segunda-feira (17).
A menina, durante seu depoimento, contou que os abusos começaram aos sete anos, logo após ser adotada.
Segundo relatos da vítima, o pai adotivo, que é aposentado, cometia os abusos aproveitando-se dos períodos em que sua esposa estava no trabalho.
Ele também buscava a menina na escola antes do horário, para ter mais tempo sozinho com ela antes da chegada da mãe.
A delegada Karine Maia informou que a adolescente decidiu denunciar após sofrer abuso no mesmo dia em que procurou a polícia.
Filha faz denúncia após palestra sobre violência
A coragem para denunciar veio quando a jovem assistiu a uma palestra sobre violência contra a mulher na escola, ministrada por uma investigadora da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam).
A policial Sabrina Gregória notou o comportamento ansioso da adolescente, que se chorou ao contar sobre os abusos. Após conversar com a jovem, a policial decidiu ajudá-la.
O pai foi preso em flagrante enquanto esperava pela filha na porta da escola. Durante o depoimento, ele optou por permanecer em silêncio e recusou-se a fornecer material genético para as investigações, conforme explicado pela delegada.
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A vítima também revelou que tinha restrições severas impostas pelo pai adotivo, como não poder brincar com colegas no intervalo e ter que usar roupas que cobriam todo o corpo.
“Seu cabelo, anteriormente longo, foi cortado muito curto sob pretexto de higiene, mas na verdade isso contribuía para a imagem que o acusado desejava impor”, declarou a delegada Maia. Essas medidas eram parte de um controle que moldava a identidade da garota segundo os desejos do acusado.
O acusado está detido preventivamente enquanto aguarda decisão judicial sobre sua situação até o julgamento.
Se você presenciar um episódio de violência contra crianças ou adolescentes, denuncie o quanto antes através do número 100, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.
O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, mulheres, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.