Criança morta dentro de uma caixa é identificada pela polícia da Filadélfia após 65 anos do caso.
A polícia da Filadélfia, na Pensilvânia (EUA), finalmente conseguiu identificar uma criança que foi encontrada morta há 65 anos atrás. De acordo com o The New York Times, o menino foi encontrado morto por um estudante universitário em 26 de fevereiro de 1957, dentro de uma caixa de papelão no nordeste da cidade.
O estudante esperou um dia para acionar a polícia, entretanto, o caso perdurou por décadas, pois as pistas eram escassas e os esforços demonstrados pelos policiais para resolver o crime se mostraram inúteis com o tempo. Até então, segundo a autópsia, acreditava-se que a criança tinha entre 4 e 6 anos, e que havia sido espancada até a morte. Mas, como o mistério não tinha sido solucionado, a vítima ficou conhecida por “O menino da caixa”, que acabou se tornando o homicídio mais antigo da cidade.
Agora, porém, a polícia da Filadélfia identificou a vítima como Joseph Augustus Zarelli, nascido em 13 de janeiro de 1953. Segundo o The New York Times, em uma coletiva de imprensa, a polícia contou que, com o avanço do DNA e as técnicas de genealogia genética, o caso arquivado foi aberto novamente, no qual eles puderam identificar que o menino tinha apenas 4 anos quando morreu.
De acordo com Jason Smith, o capitão da polícia, eles já tem algumas suspeitas de quem poderia ser o responsável pelo crime, entretanto, seria irresponsável compartilhá-las. Apesar disso, o capitão afirmou à imprensa que as investigações do caso irão continuar ativa e em andamento.
Ainda segundo o The New York Times, as etapas de identificação do pequeno Joseph começaram em abril de 2019, quando o tribunal concedeu aos investigadores a aprovação para exumar seu corpo e fazer novas análises de DNA. Com a tecnologia mais moderna, o resultado conseguiu rastrear os familiares da vítima, incluindo seu pai e sua mãe, que já faleceram. Todavia, os investigadores afirmaram que Joseph tem irmãos vivos, que não tiveram os nomes revelados.
Considerações antigas do caso
De acordo com uma entrevista ao The New York Times, publicada em 2007, o primeiro policial a chegar no local, Elmer Palmer, pensou na época que o caso seria resolvido rapidamente. Infelizmente, segundo a nova entrevista à imprensa, a polícia da Filadélfia disse que, ao longo dos anos, muitos investigadores que trabalhavam no caso morreram sem resolvê-lo.
Na época do crime, a criança foi encontrada morta sem roupa, enrolado em um cobertor dentro de uma caixa, aparentemente desnutrido e doente. O cabelo tinha sido cortado de uma forma que sugeria que não era trabalho de um barbeiro habilidoso, além das unhas que também estavam aparadas. Como o tempo frio retarda a decomposição dos corpos, os investigadores não conseguiram determinar exatamente há quanto tempo o menino estava morto.
O estudante que encontrou a vítima esperou um dia para contatar a polícia, confidenciando o assunto a um padre, antes de chamar as autoridades. Foi achado também um boné de veludo masculino próximo ao corpo do menino. A proprietária de uma loja local reconheceu a alça do acessório e lembrou que um homem com o boné tinha entrado no seu estabelecimento sozinho, mas ele nunca foi encontrado.
Além disso, a polícia também conseguiu rastrear a caixa de papelão em que o menino foi encontrado em uma outra loja nas proximidades. De acordo com o National Missing and Unidentified Persons System, um site oficial do governo americano, na caixa em questão, estava escrito “Móveis, Frágil, Não Abra com Faca”, no qual originalmente continha um berço. Mesmo com a política de pagamento da loja ser apenas em dinheiro, os investigadores conseguiram rastrear o comprador, mas não houve nenhuma ligação com o menino achado.
A polícia revistou diversos orfanatos, instituições de cuidados infantis e hospitais, e até colocaram fotos do menino em jornais e cartazes nas vitrines. Eventualmente, o corpo da criança foi enterrado, sem identificação.
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