Por que a Farofa da Gkay é um duro golpe contra as estrelas da Globo

Desde a inauguração da TV no Brasil, em 1950, até meados da década de 2010, os atores e apresentadores da Globo eram endeusados por público, imprensa e mercado publicitário.

Os globais tinham maior status, cachês mais altos e a agenda sempre lotada de trabalhos, como a tal “presença VIP” em festas.

Tudo mudou.

Hoje, as personalidades mais famosas, prestigiadas, imitadas e procuradas pelos anunciantes são os influenciadores digitais.

O sonho de milhões de adolescentes e jovens não é mais ser ator ou atriz e fazer a novela das 21h.

Querem ser populares no Instagram e TikTok, atrair uma multidão de seguidores, gerar incontáveis ‘likes’ e ser dono do próprio império de comunicação por meio do celular.

Desejam viver de ‘publi’, os posts pagos nas redes sociais. Uma vida de ostentação, ressalte-se. Quem já chegou lá não tem pudor em exibir o poder do dinheiro.

Compram roupas, sapatos, bolsas e joias das marcas mais cobiçadas e caras do planeta. Vivem em casas gigantescas, circulam em carros luxuosos e voam de primeira classe.

Empregam vários profissionais: empresário, assessor de imprensa, fotógrafo, personal stylist, maquiador, cabeleireiro, motorista, segurança… Um ‘staff’ maior que o da maioria dos astros de Hollywood.

Um detalhe impressiona: esses famosos do universo on-line não precisam da televisão para nada — nem da imprensa tradicional.

O conteúdo que eles produzem é instantaneamente repercutido por centenas de sites sobre celebridades, a maioria deles sem ligação com grandes grupos de mídia.

Jornais? Revistas? Os influenciadores até concedem entrevistas e posam para fotos, mas não dependem da divulgação tradicional, consumida por um público mais velho.

Enquanto isso, os atores e apresentadores da Globo ficam ofuscados. Agora orbitam em torno das webcelebridades. Estar na novela das 9 já não garante a mesma fama, bajulação e faturamento de antes.

A recém-encerrada Farofa da Gkay reforça o poder de quem se destaca quase exclusivamente na internet. Dos 400 convidados, poucos trabalham em televisão. O palco deles é a tela do smartphone.

O evento foi transmitido ao vivo por Multishow e Globoplay, recebeu investimento milionário de grandes anunciantes e ampliou a influência de Gessica Kayane.

Assim como o dinheiro mudou de mãos entre os muito ricos do País, gerando a ascensão à elite de pessoas de origem humilde, a fama passou dos artistas de TV para os ídolos nascidos diante de uma webcam ou a câmera de um celular.

A Globo e outros canais, que relutaram bastante em ir atrás desses novos famosos, dão cada vez mais espaço a eles, de olho no público jovem que podem trazer para a frente da grande tela.

Nos intervalos da TV, há comerciais protagonizados por jovens “influencers” que a maioria dos noveleiros não conhece. “Quem é esse?”, “É da internet.”

Os influenciadores estão a dominar o território onde ao longo de décadas reinaram sozinhos os galãs e as heroínas dos folhetins.

Ironicamente, Gkay sonha ser reconhecida como uma grande apresentadora. Sinal de que a televisão perdeu relevante prestígio, mas ainda gera certo fascínio em quem já tem tudo.

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O Amor - Redação
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