Reclusa há dez anos, a cantora destaca que prefere viver no interior, com uma rotina muito diferente da que teve na juventude.

A “Rainha do rock brasileiro”, Rita Lee, 74 anos, movimentou a música do país com canções, álbuns e shows que mudaram o rumo da cena artística. Nascida em Vila Mariana, na capital de São Paulo, a cantora teve aulas de piano ainda na infância, mas não porque sonhava em enveredar pelo mundo do rock, apenas como parte da educação mais tradicional.

Rita queria ser atriz de cinema ou veterinária, enquanto seu pai Charles Fenley Jones queria que fosse dentista, assim como ele. A música se tornou mais presente em sua vida na adolescência, quando começou a compor suas canções e acabou montando grupos musicais que se apresentavam em festas de jovens.

Foi em meados de 1960 que montou “Os Mutantes”, ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, lançando músicas que seriam destaques nacionais e internacionais, mas foi na década seguinte que se consagrou como artista de grande porte, com hits como “Agora só falta você” e “Ovelha negra”.

Em 1976, conheceu Roberto de Carvalho, com quem iniciou uma parceria musical e amorosa que dura até hoje. O casal deu à luz três filhos: Beto Lee, João e Antônio, e só realizou a cerimônia de união civil em 1996, depois de 20 anos juntos. Rita trabalhou com música por 50 anos, e quando decidiu se aposentar dos palcos, optou por uma vida mais reclusa, na companhia da família, dos animais e das plantas.

Direitos autorais: reprodução Instagram/ @ritalee_oficial

Em uma entrevista à revista Quem, em 2016, a cantora explicou que o maior luxo da vida das pessoas era ter a chance de oferecer amor aos animais e ter uma horta em casa. Para Rita, “quanto mais simples, melhor”, e ainda reforçou que plantar o próprio alimento era uma forma de economizar dinheiro, cuidar do planeta e viver de maneira sustentável, e que isso valia muito mais do que qualquer outro desejo material.

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Rita Lee se afastou dos palcos e, em busca de uma rotina mais tranquila, vive em seu sítio, ao lado do marido, há cerca de uma década, mas isso não a afastou da música, que tem seu espaço reservado na casa. A cantora ainda explicou que, assim que assumiu sua nova versão, deu-se conta de que sempre foi essa pessoa, mas que passou a vida inteira fingindo ser as outras versões que aparentava nos palcos, na televisão ou sob os holofotes.

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Essa versão mais caseira, focada na rotina do lar e dos animais é sua nova realidade, principalmente depois de uma vida inteira fazendo uma porção de coisas pelas quais não se interessa mais, por exemplo, usar drogas e fazer sexo, que passou a vida fazendo. Agora, de acordo com a cantora, está mais interessada em pintar, escutar, cuidar do lar, da horta e dos animais, o que nunca fez na juventude.

Divino que se expressa nos animais

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A artista não acredita na existência de um Deus à imagem e semelhança dos homens, mas sim em algo mais místico, que se manifesta por meio dos animais, das plantas, das pedras e da natureza, de maneira geral. Rita confessa ainda que se emociona ao passar tempo com seus animais, ao perceber que grande parte do Divino se manifesta neles.

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Aposentada dos palcos e longe da Rita performática, a cantora explica que os 50 anos em que se apresentou foram a soma perfeita, por isso não sente mais saudade dos shows. Apaixonada pela velhice, pelas rugas e pela nova rotina, ela e o marido têm o hábito de compartilhar a nova rotina nas redes sociais, sempre lado a lado.

 

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Agatha Rodriguez
Jornalista e redatora no site O Segredo. Procura escrever sobre temas impactantes e presentes no cotidiano de todos, incentivando as pessoas a se tornarem melhores a cada dia.

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