A cantora colombiana Shakira recusou o convite da Fifa para participar da abertura da Copa do Mundo no Catar, em protesto contra o país.
Antes apontada como uma das atrações do show de abertura da Copa do Mundo 2022, Shakira teria recusado o convite para participar da cerimônia de abertura do evento, segundo a CNN Brasil, que está marcada para às 12h de Brasília, no dia 20 de novembro, no Estádio Al Bayt. Conforme divulgado pela mídia espanhola, os fãs teriam criticado a cantora pela sua possível presença na Copa do Mundo.
Segundo informações da CNN Brasil, a cantora Shakira negou o convite da Fifa devido às acusações que o Catar, país escolhido para sediar a Copa do Mundo, enfrenta por violar os direitos humanos e por possuir leis preconceituosas também. Apesar disso, a ícone das copas era muito desejada para o evento, para fazer um show antes do jogo entre Catar e Equador.
Além de Shakira, anteriormente, outros artistas também recusaram o convite de abertura do evento. A cantora britânica Dua Lipa, por exemplo, negou os rumores de que se apresentaria na cerimônia da Copa, já o também britânico Rod Stewart afirmou ao The Times que recusou a oferta de mais de US$ 1 milhão (R$ 5.3 milhões) para se apresentar no Catar, ao perceber que não seria “correto” participar do evento.
Conforme divulgado pelo GE Globo, após as polêmicas relacionadas às atrações da Copa do Mundo 2022, no Catar, a Fifa confirmou a presença do cantor sul-coreano Jung Kook, membro do BTS, e do cantor catari Fahad Al-Kubaisi. Assim, tradicionalmente, os cantores irão estrear o evento uma hora antes da primeira partida de futebol, no estádio Al Bayt, que sediará oito partidas da competição: 6 nas fases de grupos, 1 nas oitavas de final e 1 jogo das semifinais.
Direitos humanos no Catar
Desde de 2010, quando divulgaram que o Catar seria o país que sediaria a Copa do Mundo de 2022, surgiram diversas críticas sobre a situação dos direitos humanos no país, principalmente se tratando dos trabalhadores migrantes, os membros da comunidade LGBTQIA + e as mulheres também. Segundo informações da Anistia Internacional, o Catar é um dos 70 países do mundo em que as relações entre pessoas do mesmo sexo são criminalizadas, no qual são aplicadas penas de até 7 anos de reclusão nesses casos, por violação dos artigos 285 e 296 do código penal.
Conforme a Human Rights Watch, membros da comunidade LGBTQIA + relatam que foram presos por atividades online, e que o governo censura os conteúdos relacionados à identidade de gênero e orientação sexual. O governo do Catar afirmou que aceitará turistas da comunidade LGBT com “tolerância”, entretanto, a afirmação deixou dúvidas sobre como essas pessoas serão tratadas durante a Copa do Mundo.
Direitos autorais: Divulgação / Fifa
Além disso, no Catar e em outros países do Golfo Pérsico, no qual o islamismo é a religião oficial, as mulheres enfrentam discriminação generalizada tanto na lei quanto na prática, segundo a Anistia Internacional. Sempre sob tutela masculina, elas são meras subordinadas, além de precisarem pedir permissão para decisões importantes, como trabalhar, estudar, casar ou até mesmo para o acesso a tratamento de saúde reprodutiva e controles ginecológicos básicos.
Além de tudo isso, o Catar também faz uso de mão de obra migrante. Esses trabalhadores, inclusive, foram usados para a construção de estádios de futebol que serão utilizados durante a Copa do Mundo 2022. Com baixo salário, calor extremo e muitas vezes, expostos a trabalhos perigosos, houve diversas mortes relatadas entre trabalhadores migrantes. Por conta disso, a Anistia Internacional até pediu à Fifa para alocar US$ 440 milhões (R$ 21,5 milhões) e compensar estes trabalhadores migrantes.