Imagens de segurança mostram os momentos de tortura que a mulher passou causados pelo ex-marido.

Uma mulher de 41 anos foi atropelada e espancada por seu ex-marido no meio da rua, em frente a um condomínio de Tatuí, uma cidade a 140 km de São Paulo. O caso aconteceu no dia 14 de outubro, quando o homem começou as agressões contra sua ex-mulher, sem que ninguém agisse contra, para impedi-lo de machucar a mulher.

Segundo informações do G1, as câmeras de segurança registraram o momento em que a mulher está caminhando na rua, quando o suspeito aparece de carro e arranca para cima dela, atropelando a vítima, que tentou desviar do veículo, mas não conseguiu. Logo depois, o carro desaparece e pessoas começam a se aproximar da vítima, que está caída no chão.

Um homem tenta ajudar a mulher a se levantar, porém, o carro retorna e o ex-marido sai do veículo atordoado. As pessoas se dispersam e o homem começa a arrastá-la pelos cabelos até o meio da rua. Além disso, o homem também desfere socos e chutes no rosto da vítima, que agoniza de dor. Após muitas agressões contra a ex-mulher, um carro para para saber o que está acontecendo, mas vai embora logo depois que o homem se justifica.

Quando o homem foi embora, as pessoas da vizinhança acionaram a Polícia Militar, que perseguiu o homem e conseguiram localizá-lo através da placa do veículo. O agressor foi preso, mas foi liberado, pois o juiz responsável pelo caso atribuiu ao acusado uma fiança no valor de R$ 3 mil.

Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), as pessoas que presenciaram a cena não a ajudaram de imediato porque o seu ex-marido estava ameaçando-os com a imitação de uma arma de fogo. Depois do ocorrido, a mulher foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, onde recebeu os primeiros socorros.

À polícia, o homem alegou que sua ex-mulher teria se jogado do carro após o casal discutir sobre a venda do veículo. Já a vítima, prestou depoimento e disse estar com medo, visto que o ex-marido está solto e poderia voltar a agredi-la. Segundo informações do R7, a principal hipótese é que o crime teria sido motivado por ciúmes por parte do ex-marido, que não aceitava o novo relacionamento da mulher.

O caso foi registrado na polícia como violência doméstica e lesão corporal, atribuído ao artigo 121 do Código Penal, que sinaliza a tentativa de feminicídio, ou seja, assassinato de mulheres cometido em razão de gênero. Segundo a Agência Brasil, somente no ano passado, cerca de 1.340 mulheres morreram por serem mulheres, enquanto em 2020 o número de vítimas foi pouco mais de 1.350.

Feminicídio no Brasil

De acordo com informações do gov.com, no primeiro semestre de 2020, a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH) registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra as mulheres. Apesar disso, o número alarmante é maior que as denúncias recebidas, já que uma única denúncia pode conter mais de uma violação de direitos humanos.

Segundo a psicóloga e doutora em sociologia Laura Frade indica, é preciso ficar atento aos primeiros sinais de que uma mulher está vivenciando ciclos de violência, que seria o seu afastamento do círculo familiar e de amigos. Como as mulheres se sentem ameaçadas pelo agressor, elas acabam tendo dificuldade para denunciar, já que é algo muito mais complexo do que os outros possam imaginar.

Por isso, se você tem notado sinais de violência contra uma mulher, independentemente de onde seja, não hesite em denunciar e oferecer ajuda. Isso pode mudar a vida dela e principalmente, evitar tragédias.


Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.

O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.

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