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Ataque na Glória: Viúvo de vendedora comenta morte do assassino: “Não estou feliz, mas a justiça foi feita”

Wilson da Silva, marido de Carla Gobbi Fabrete, que foi tragicamente morta a facadas na Glória, em Vila Velha, falou sobre o falecimento do responsável pelo crime, ocorrido neste domingo (30).

A Secretaria de Justiça (Sejus) relatou que Wenderson Rodrigues de Souza começou a sentir-se mal e foi prontamente socorrido pelos servidores após outros detentos chamarem a atenção dos policiais penais.

Imediatamente, ele foi socorrido por servidores para a Unidade de Saúde do Sistema Prisional, onde já chegou sem vida. A causa da morte ainda não está definida. A Sejus esclarece que todos os trâmites necessários estão em andamento na unidade, como comunicar o fato às autoridades policiais e de justiça detalhou a secretaria em nota.

Wilson, cuja esposa foi brutalmente atacada no seu local de trabalho, expressou que a família não está feliz com a notícia, pois representa apenas mais uma morte. No entanto, ele sente que a justiça foi feita para sua esposa.

“O que ele fez com minha esposa foi uma tragédia, ele escolheu isso. Não estamos felizes, mas estamos tranquilos. A justiça foi feita e isso é o que importa. Não desejamos mal a ninguém,” desabafou Wilson.

Visivelmente abalado, Wilson contou que ainda chora e sofre com a perda da esposa, que era amada por todos e nunca prejudicou ninguém. O casal tinha uma filha de dois anos e quatro meses.

“Ele poderia ser liberado em 20 anos e prejudicar outra família. Isso não podia ficar impune. Em 25 anos, ela nunca fez mal a ninguém, sempre fez coisas boas, tinha um coração enorme, não merecia nada disso.”

O ato violento que levou à prisão de Wenderson

O crime que levou à detenção de Wenderson aconteceu no dia 10 de março deste ano. Ele atacou Carla com várias facadas na loja onde ela trabalhava. Ela foi socorrida e operada, mas faleceu devido à gravidade dos ferimentos.

Após o ato, Wenderson tentou se suicidar, mas foi impedido por agentes da Guarda Municipal e levado ao hospital. Posteriormente, recebeu alta e foi encaminhado para o presídio.

A Polícia Civil concluiu as investigações do caso. Foi determinado que Wenderson saiu de casa com a intenção de matar alguém e foi autuado por feminicídio com duas qualificadoras: meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

Declarações durante coletiva de imprensa

Durante uma coletiva de imprensa, a delegada Raffaella Aguiar, líder da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher, mencionou que a suposta insanidade mental do suspeito parece ser seletiva.

“Ficou bem claro para nós que a insanidade é seletiva. Todas as pessoas que conviveram com ele e com quem tivemos contato foram ouvidas e afirmam que ele é um rapaz muito esperto e inteligente,” relatou a delegada.

Adicionalmente, ela destacou que o réu tentou declarar insanidade mental durante o interrogatório até ser questionado sobre os detalhes e motivações do crime. Nesse momento, ele solicitou a presença de seu advogado.

“A insanidade dele foi até o ponto em que o interrogatório começou a ser mais assertivo e indagá-lo acerca da dinâmica, da motivação. Ele falou que queria a defesa, que queria o defensor e que não ia falar mais,” esclareceu.

Escolha aleatória da vítima

Na mesma coletiva, a delegada explicou que a escolha da vítima parece ter sido aleatória; contudo, Carla foi vista como um alvo potencial pela sua vulnerabilidade no momento do crime.

“Ele saiu de casa determinado que ia matar alguém. Ele observava quem seria a possível vítima até escolher Carla pela sua vulnerabilidade naquele momento,” afirmou a delegada.

Se você presenciar um episódio de violência contra a mulher ou for vítima de um deles, denuncie o quanto antes através do número 180, que está disponível todos os dias, em qualquer horário, seja através de ligação ou dos aplicativos WhatsApp e Telegram.

O mesmo número também atende denúncias sobre pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em restrição de liberdade, comunidade LGBT e população em situação de rua. Além de denúncias de discriminação étnica ou racial e violência contra ciganos, quilombolas, indígenas e outras comunidades tradicionais.

 

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