Embora seja cativante, trama de “Vai na Fé” precisa reconquistar o público da emissora.
“Vai na Fé” substitui “Cara e Coragem” na faixa das sete. Mesmo com enredo interessante e inovador, vai ter que cativar novamente os telespectadores da rede Globo.
De acordo com a coluna de Kelly Miyashiro, da revista Veja, a novela antecessora tinha índices baixos de audiência, o que certamente tem contribuído para um ibope ainda fraco do novo folhetim, cuja história é cercada por romances, drama e humor.
A protagonista Sol (Sheron Menezzes) é uma mulher evangélica, batalhadora, guerreira e que não mede esforços para ver sua família feliz e realizada. Na adolescência, ela se rebelou e vivia entre o sagrado e o profano. Isso porque se tornou a princesinha do baile funk nos anos 2000 e logo depois aproveitou para fazer uma tatuagem no cócxix, atitude nunca perdoada por seu pai.
Sol evita falar sobre o assunto pois isso lhe gerou um enorme trauma familiar. A culpa se estendeu em sua vida ao longo dos anos, fazendo com que ela não tivesse paz interior. De acordo com o Observatório da TV, sua mãe Marlene (Elisa Lucinda) se encarrega de trazer a verdade à tona.
A mulher teme que Sol volte a se comportar da mesma maneira quando era adolescente, depois de assinar contrato com o cantor Lui Lorenzo (José Loreto). O convite aceito pela personagem para ser dançarina do músico cafajeste gerou polêmicas, uma vez que a mesma é religiosa, e canta no coral de sua igreja.
“Vai na Fé” é aposta da rede Globo para cativar público evangélico
Escrito por Rosane Svartman, o folhetim tem tudo para ser um sucesso! O núcleo é composto por pessoas negras, em sua grande maioria, fazendo jus à representatividade tão necessária nos dias de hoje. É importante que o público se identifique com cor de pele, cabelo e estilo de vida ali retratados.
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Algo que também chama atenção por si só, embora a novela não seja de cunho religioso, é ver o público evangélico sendo representado. A iniciativa partiu do resultado de uma pesquisa feita entre os telespectadores, ficando provado que essa parcela da sociedade sentia vontade de assistir algo voltado para a temática do evangelho, de certa forma.
Existem consultores por trás dos bastidores de “Vai na Fé” dando orientações fundamentais de forma que não sejam veiculados quaisquer erros ou insultos relacionados ao tratamento da classe. A Veja elencou as duas últimas novelas exibidas no mesmo horário da atual, como um verdadeiro fracasso. Portanto, as expectativas de que a nova trama possa recuperar o prestígio da faixa das sete são altas!
“Cara e Coragem”, protagonizada por Taís Araújo, Paolla Oliveira e Marcelo Serrado, por exemplo, registrou apenas 20 pontos no ibope em sua última semana, encerrando com a pior pontuação da história de uma novela deste horário.
O potencial de “Vai na Fé” é grande e pode agradar bastante quem assiste, tendo em vista sua premissa. O jeito é aguardar os próximos capítulos para avaliar como será o desenrolar das coisas. Porém, é certo que a trama aborda temas importantes, como o racismo enraizado na sociedade, mostrando a prisão injusta de Yuri, interpretado por Jean Paulo Campos, por um crime que ele não cometeu.
As cenas, de uma maneira geral, são didáticas e nada maçantes. O elenco também é muito carismático e a história presente na novela gera identificação por parte dos telespectadores. A brasilidade é bem presente no enredo, já que mostra os personagens correndo atrás do pão de cada dia e indo à luta para conquistar os objetivos.