Mesmo com a diferença étnica entre ela e as crianças, ela nunca deixou que esse fator os afastasse!

Uma mulher sem igual, Ashley Dorsey compartilhou seu lindo relato sobre como tenta ajudar crianças no sistema de adoção nos Estados Unidos. Ao portal Inspire More, ela revelou que nem sempre foi fácil, mas cuidar das crianças era algo que a fazia se sentir feliz.

Sua jornada de adoção começou aos 28 anos. A melhor amiga do colégio de Ashley passou por tempos difíceis e lhe pediu para cuidar de seus dois filhos, que tinham 6 e 10 anos. Em seu relato, a mulher se refere às crianças como Shadow e Sidekick, para preservar suas identidades.

As crianças vieram morar com ela e então ela se tornou sua figura materna em tempo integral. Apegando-se às crianças, Ashley e seu parceiro na época começaram a estudar as formas como podiam ser pais adotivos ou oferecer um lar temporário para essas crianças.

Shadow começou a lhe chamar de MoMa, porque para ele ela era “mais mamãe”. A ideia de criar um filho era mais do que amar e cuidar dele, era reabilitar e apoiar a reconstrução de uma unidade familiar. Mesmo que a criança não voltasse à vida que Ashley achava que ela deveria ter, seu objetivo era restaurar a família.

Reprodução / Arquivo Pessoal

Enquanto Ashley esperava sua aprovação no sistema de adoção norte-americano, sua amiga disse que estava em situação melhor para cuidar de seus filhos. Shadow foi para casa e Sidekick decidiu visitar sua mãe e irmão nos fins de semana.

Um pouco tempo depois, agora oficialmente integrada ao sistema, Ashley recebeu uma garotinha em sua casa. Uma menina de 2 anos, que foi entregue em sua porta no meio da noite, por um agente de seu caso na assistência social.

No começo, a menininha não falava muito e estava assustada com a situação nova. Porém, enquanto assistiam a um filme, Ashley conseguiu mais abertura com a criança, que começou a falar. Em seu relato, a mãe chama a pequena de “Bela Adormecida”.

Ashley se recorda da primeira vez que levou a garotinha para fazer compras. Ela se sentiu nervosa por ser uma mulher negra com uma criança branca no meio de um supermercado. Ela rezava para que a menina não chorasse, e Bela era uma criança muito agradável, que não fez escândalo algum. A pequena apenas perguntava por que Ashley era negra e ela não, ao que a mulher respondia que aquela era a vontade de Deus.

Reprodução / Arquivo Pessoal

Ashley descobriu um tempo depois que sua “Bela Adormecida” tinha dois irmãos biológicos, dois garotos, um de 5 e outro de 10 anos, aos quais Ashley se refere como “Z” e “Chefe”. Logo a assistência social informou que haveria uma visita dos pais das crianças naquela semana em que chegaram. Mesmo apegada aos pequenos, Ashley ficava animada! Ela dizia que seu objetivo era sempre reunir as famílias.

A princípio, os pais de “Bela”, “Z” e “Chefe” cumpriam todos os compromissos, mas logo os meses passaram e eles começaram a aparecer cada vez menos. As crianças ficaram abaladas com o ocorrido e, depois que “Z” foi mandado para a casa da avó, com a qual deveria morar, em outro local, os dois mais novos sentiram mais ainda a negligência dos pais biológicos. “Chefe” havia se tornado uma criança agressiva e “Bela” estava muito dependente de Ashley e dos demais.

Apegada e incapaz de ver o sofrimento dos pequenos, Ashley começou a se interessar em ser a mãe definitiva das crianças!

Os tribunais disseram que os pais de “Chefe” e “Bela” precisavam renunciar aos seus direitos parentais, o que foi um processo doloroso para todos, mas Ashley notou que foi mais puxado para “Chefe”. O pequeno tinha memórias dos pais e não gostava da ideia de viver longe deles.

O ano passou e os tribunais determinaram que “Bela Adormecida” e “Chefe” seriam encaminhados para adoção. Como não havia família disponível para adotá-los, a justiça determinou que o melhor para eles seria permanecer sob os cuidados de Ashley.

A mulher lembra-se do dia em que descobriu que era mãe dos dois. “Chefe” não ficou nada feliz ao saber daquilo e esbravejou, querendo os pais de volta; Ashley lhe explicou que os pais não estavam fazendo o que era preciso para ter a guarda dele e da irmã de volta. Com certa relutância, o pequeno passou a entender que tinha uma nova família. Já a menina pensava em formas de ficar negra, como sua nova mamãe.

Então, no dia 26 de junho de 2018, as últimas papeladas foram assinadas. “Chefe” e “Bela” eram oficialmente filhos de Ashley.

Reprodução / Arquivo Pessoal

Depois da adoção dos dois, Ashley resolveu dar um tempo para receber novas crianças em seu lar, mesmo que temporariamente, quis se dedicar a tudo que seus filhos precisavam, não somente no âmbito físico, mas principalmente emocional.

No entanto, menos de um ano depois, o telefone na casa de Ashley toca. Do outro lado, um representante do Departamento de Crianças e Famílias a procurava. A conversa parecia um interrogatório, ela se lembra. A pessoa lhe fez várias perguntas sobre seus filhos, se ela conhecia seus pais biológicos e se eles estavam bem morando com ela. Ashley respondeu a tudo com honestidade e, assustada, quis saber o porquê da ligação.

O homem ao telefone lhe deu a notícia mais inesperada: um bebê havia nascido no dia anterior e era irmão biológico de “Chefe” e “Bela”. Ashley ouviu boquiaberta o homem lhe perguntar se ela tinha interesse em adotar a criança.

Nervosa, a mulher admitiu que não esperava aquilo naquele momento, ainda no princípio da sua trajetória com seus filhos, mas aceitou receber a criança.

Bem quando achava que sua jornada na adoção tinha acabado, o destino mostrou a Ashley que ainda lhe guardava muitas surpresas e amor de sobra para dar!

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Giovana Souto
Jornalista, podcaster e redatora no site O Segredo. Busca usar as palavras para, acima de tudo, provocar sensações genuínas em quem as recebe. Tudo o que afeta, tem afeto, para o bem ou para o mal!

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