O menino, de apenas 13 anos, se tornou o primeiro a conquistar o diploma do ensino fundamental, levando orgulho para a família.
Quantas vezes, ao longo dos nossos dias, nos perguntamos algo sobre a desigualdade social? Ainda que a encontremos diversas vezes, nos semáforos da cidade, nas periferias, no centro da cidade, na fome e no cansaço, pouco fazemos, como se não fosse nossa obrigação lidar com a miséria dos outros.
A desigualdade social, faz com que nem todos conseguem acessar as múltiplas esferas que existem em nossa sociedade. Ainda existem muitas pessoas analfabetas ou semianalfabetas, tratadas diariamente de forma inferior por uma injustiça do sistema. É desumano não saber quando será sua próxima refeição ou se haverá comida para seu filho pequeno.
Para Efraín e seu avô Ángel Delgado, lutar contra a pobreza e o sistema se tornou algo constante, que fazem desde que nasceram. Segundo reportagem do Clarín, o jovem de apenas 13 anos concluiu o ensino fundamental e se tornou o primeiro da família a conseguir esse feito. Imaginem não ter nenhum membro da própria família que conseguiu concluir o nível básico de educação, isso é um reflexo forte da desigualdade.
Mas Efraín não apenas conseguiu se formar, ele recebeu também um diploma de honra por ser o melhor aluno da escola, algo que nunca havia imaginado. O momento da entrega do documento fez todos se emocionarem.
O avô Ángel, ao lado do menino, não consegue conter as lágrimas. Eles escondem os rostos sob as mãos, mas é impossível não perceber o tamanho da conquista daquela família, uma história marcada pela pobreza e pelo abandono.
O jovem garoto e seu tio Sérgio compartilharam um pouco do que passaram na vida, deixando ainda mais claro o sabor daquele diploma e de onde vinham aquelas lágrimas. Efraín conta que o que mais queria fazer era concluir o nível fundamental. Ele diz que realizar esse sonho, e com as melhores notas da escola, deixaram-no extremamente animado.
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Na casa moram o avô, o tio e sua irmã Celeste, três anos mais nova do que ele. Todos os dias, ele e a irmã precisam caminhar cerca de 6km para a escola, e tentam nunca faltar, mesmo quando chove. Ángel tenta acompanhar os netos sempre, mas em alguns dias, o trabalho o impossibilita. O tio Sérgio explica que sente muito orgulho do sobrinho, que nem nos dias mais frios do ano quer faltar, demonstrando que gosta muito dos estudos.
Sérgio só conseguiu chegar à segunda série do ensino fundamental, assim como Ángel, que também não concluiu o ensino básico. Esse é o principal motivo da felicidade familiar, pois Efraín se tornou o primeiro membro a finalizar o ensino fundamental, como explica a família.
O diretor da escola, Hugo Baricheval, que também foi professor do jovem na terceira série, explica que ele é um rapaz simples, cheio de ternura, ativo e que se predispõe a tudo, e ainda revela que são muitos os garotos e garotas naquela região que, mesmo vivendo complexas situações dentro de casa, continuam se esforçando cada vez mais nos estudos.
Mesmo tendo motivos de sobra para comemorar, agora a família já está começando a se preocupar com a escola secundária, que é ainda mais distante. Ninguém sabe ao certo como o menino chegará ao local porque, mesmo que tivesse uma bicicleta, ainda faltariam livros e materiais que ele precisaria comprar. Eles moram na fazenda, mas continuam sonhando que Efraín terá um futuro melhor que o de todos, se conseguir se manter estudando.
O sonho de Efraín é ser policial. Ele conquistou tudo até o momento graças ao seu esforço e de seus familiares. Sua matéria favorita é matemática, e ele se alegra quando pensa que fará o ensino médio com alguns de seus amigos.