Em recente participação no podcast Inteligência Ltda., o ex-presidente Jair Bolsonaro compartilhou detalhes sobre a utilização dos R$ 17 milhões recebidos via Pix. Ele esclareceu que já destinou metade desse montante ao pagamento de advogados.
“Foram um milhão de pessoas que doaram para mim. Se eu não tivesse esse recurso, eu não teria como pagar advogados. Metade já foi embora com advogados. Quase oito milhões já foram com advogados”, afirmou Bolsonaro.
Pix solidário: apoio popular gera polêmica
Durante a mesma entrevista, Bolsonaro destacou o expressivo volume de doações recebidas e reiterou a força de seu apoio popular, mesmo após deixar o cargo. Ele comparou as doações recebidas com outras campanhas solidárias conhecidas.
“Pessoal gosta de mim. Não comprei nenhum imóvel, nenhuma bagunça, nada. Se eu pedir um Pix hoje, tenho certeza que amanhã vai ter mais R$ 10 mil na minha conta. O povo gosta de mim. Até o Tarcísio vai botar alguma coisa na minha conta, tenho certeza disso”, comentou, mencionando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Doações sob investigação: o envolvimento do STF
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), encaminhou o caso das doações para análise da Polícia Federal em 2023. A investigação foca na campanha de arrecadação que acumulou mais de R$ 17 milhões para Bolsonaro após sua inelegibilidade ser confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foram movimentados R$ 17,1 milhões através de 769 mil transações entre 1º de janeiro e 4 de julho de 2023.
O relatório apontou que as contribuições foram organizadas como uma vaquinha para ajudar o ex-presidente a cobrir multas judiciais.
Origem das doações e perfil dos doadores
O relatório do Coaf também identificou que entre os contribuintes estão 18 pessoas, incluindo advogados, empresários, militares, agricultores, pecuaristas e estudantes, com valores variando entre R$ 5 mil e R$ 20 mil.
Além disso, três empresas participaram da campanha, com uma delas realizando 62 transferências totalizando R$ 9,6 milhões. A arrecadação ganhou notoriedade e atraiu a atenção das autoridades, que continuam investigando a origem e o propósito dos fundos recebidos.
A utilização desses recursos para custear despesas pessoais e jurídicas do ex-presidente suscita dúvidas sobre a legalidade e a transparência do processo.