A crise econômica

A saúde mental dos cidadãos está à mercê do “mau humor” da atual crise econômica, que gerou 12,7 milhões de desempregados, aumento da inflação, endividamento das famílias e das empresas.

A vida da maioria dos brasileiros é diretamente afetada por essa desordem. Nesse cenário – a ansiedade e a angústia – tomaram proporções assustadoras, que atingem a nossa dimensão corporal e psíquica, tendo como principais sintomas: cansaço mental e físico, aceleração cardíaca, transpiração, lapso de memória e bloqueio mental, que nos dificultam resolver os problemas básicos do cotidiano.

O consumo de álcool e outras substâncias químicas é um fenômeno que cresce com o colapso econômico. Antes tínhamos a prevalência das neuroses, que cedeu espaço aos casos de transtornos de personalidade, já que a crise nos “rouba” a esperança de uma vida melhor.

A economia neoliberal, além de gerar a crise, criou uma concepção ilusória de que existem apenas dos tipos de indivíduos: os bem-sucedidos e os perdedores, deixando evidente que tal sistema acumula riqueza nas mãos de poucos.

Porém, quem perde são os assalariados da classe trabalhadora e da classe média. Segundo o Papa Francisco, essa economia mata, transforma o capital em ídolo, em que há ambição sem limites pelo dinheiro comanda tudo.

No afã da competição, há pessoas que levam suas vidas como se fossem empresas. Não é à toa a busca de respostas “mágicas” fornecidas pela teologia da prosperidade ou pelo mito do sucesso a qualquer custo, tornando-se um “deslumbre” na mente de quem acredita nisso.

É preciso reagir à força adoecedora da crise. Valorizando as atividades psicossociais, como por exemplo: cuidar da espiritualidade, participar de atividades comunitárias, estar entre amigos e familiares, aprender a solucionar as dificuldades de forma coletiva. Também é vital desacelerar a nossa mente, acalmar o ritmo cardíaco, diminuir a hiperconectividade, dando vazão às emoções positivas que expandem a consciência humana.

Além disso, temos que exigir um atendimento digno da população na rede pública de atenção à saúde mental. Mas, mesmo assim, devemos criticar esse modelo econômico, que adoece a saúde mental dos brasileiros.

De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, o exercício da crítica nos permite mudar o estado de agente passivo para agente ativo, onde vamos questionar e refletir sobre as ações e as razões das coisas na sociedade, a fim de reverter a lógica neoliberal da modernidade líquida.


 

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O Amor - Redação
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