Na véspera de completar 40 anos, acordei com a seguinte e insistente questão: como quero estar aos 50 anos?
De imediato, as primeiras respostas foram: quero estar fluente em inglês, espanhol e francês. Espero ter aprimorado o ato de escrever ao ponto de tocar as pessoas e receber de volta o carinho da gratidão. Quero continuar cuidando da minha saúde e alimentação para que as pessoas digam: “Nossa! Ela tem um corpaço para essa idade!” Então, estão aí os alvos bem definidos do que pretendo alcançar na próxima década: ser poliglota, fitness e escritora.
A partir desses pensamentos surgiram outros e, quando vi, estava eu fazendo uma espécie de retrospectiva. Nessa linha imaginária do meu tempo decorrido da vida, fiquei a pensar no quanto realizei e no quanto poderia ter feito mais. Embora esse exercício seja relevante, não adianta mais o pesar. Só resta a lição e a expectativa da oportunidade de poder fazer acontecer daqui para frente. Sendo assim, vale considerar todos os erros e tentar transformá-los em acertos. E vale, principalmente, ter clareza do que nos faz feliz de fato, para perseguir isso sem nenhuma perda de tempo.
Nesse filme, 40 anos em 40 minutos de reflexão, pude listar como principais acertos do passado a minha opção pelos estudos apesar de todos os obstáculos, pois isso me possibilitou uma vida mais tranquila no presente.
Assim como minha mania de ver o lado bom de todas as coisas e o fato de ser grata pela minha capacidade física e mental são hábitos que quero carregar até à morte. Do meu ponto de vista, ser grata pela saúde e inteligência significa nunca sucumbir às dificuldades da vida. Se você tem essas ferramentas, você está apto a enfrentar e transformar tudo.
Sobre os meus erros, sinto por não ter tido tempo suficiente para conciliar trabalho, estudo e dar atenção satisfatória aos filhos. Mas esse foi o preço da minha escolha. E toda escolha implica uma renúncia. E eu me perdoo por isso. Espero que eles também.
Tenho certeza hoje, mais que ontem, que o tempo é curto e que a vida é breve. Acredito que a idade não deve nos limitar, mas sim motivar. Portanto, pretendo viver a próxima década de forma leve, dedicada a fazer o melhor para tornar tudo tão incrível que se houver arrependimentos, que sejam ínfimos.
Pretendo fazer as viagens que não fiz. Ler os livros que não pude. Apreciar a presença dos filhos, parentes e amigos. Trabalhar no que me faz feliz. Cuidar do mundo, começando por ajudar as pessoas que me cercam. Doar os objetos que não são mais úteis para mim. Dar aqueles trocados para quem tem a dignidade de pedir. E espalhar por aí, até que entre na cabeça e coração das pessoas, que é melhor estar na posição de ajudar do que na de ser ajudado.
Viverei cada dia de forma única. Não para que os próximos dez anos sejam os melhores, mas para que toda minha existência faça sentido!
E você, como quer estar daqui a dez anos?
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Direitos autorais da imagem de capa: Kace Rodriguez on Unsplash