Não, esse não é um texto convencional no qual intencionamos compartilhar algum conhecimento, mas, sim, um convite para, em poucas linhas, viajarmos juntos no nosso desejo mais profundo, no nosso pedaço recôndito e mergulharmos no lago escondido do subconsciente das nossas emoções.
E é lá… exatamente nos nossos desejos, que se esconde o nosso maior segredo! Aquele que é proibido falar, que a sociedade vai nos forçar a calar, que nossos princípios vão nos cobrar, que o nosso prazer vai revelar calado através do arrepio nos braços e no tremer das mãos.
Todos nós guardamos um segredinho no peito, que, mesmo rarefeito, nos encontra em algum momento das nossas vidas.
Seja num sonho, no cheiro de um perfume, numa música, numa poesia ou no ruído dos nossos antigos pseudoconceitos.
Seja lá onde for, é para lá que eu vou! Lá ninguém poderá nos cobrar, lá ninguém poderá enxergar… e como o tempo da vida não para, os minutos são únicos e os segundos não se repetem, não teremos outro tempo para viver essa vida! Devemos, dessa maneira, mergulhar sem medo no oceano desses devaneios, pois a cada retorno sentiremos o vento tocar a nossa epiderme, o sorriso reconhecer os nossos lábios, estaremos mais vivos e renovados para continuar a amar e, o átimo de segundo que chamariam de “pecado” ou “proibido” , chamaríamos de esplêndido, impávido e de aprazível forma de viver o amor no formato que nós realmente desejamos e que aqui pra nós… nos arranca uma incomensurável sensação de prazer somente em pensar!
Portanto, quem matou as suas boas lembranças, quem amadureceu a sua “eterna” criança, quem adormeceu na morna brisa sem esperança, perdeu o melhor do amar… lembrar… arrepiar… suspirar… e isso tudo numa dimensão que só as almas podem alcançar, que ninguém pode enxergar e a sua realidade não pode lhe cobrar.
É liberdade de amar, sem correntes para nos aprisionar, bem do nosso jeito! O que seria de nós se não fosse essa leitura que “aquele” desejo faz em “Braille” na nossa pele, que arrepia a epiderme e nos dá prazer só de pensar?!
Fomos acostumados a levar na bagagem da vida somente as feridas, que normalmente chamamos de experiências e sufocamos sempre as boas emoções, pois a decodificamos como ilusão. Lutar sempre foi a regra e tudo fora disso é considerado utópico… imaginação!
Que tal trocarmos a nossa mala por uma mochila, fazermos um rebuliço nas nossas vidas e uma releitura das nossas emoções?!
Toda traição trocaríamos por uma canção, toda mentira por uma verdade, de toda paixão extrairíamos a loucura gostosa e de todo amor somente o aconchego e o prazer. Poderíamos carregar sempre essa mochila nas costas, apoiar a nossa cabeça, quando chegar a hora de dormir, e dessa forma, colecionaríamos somente momentos gostosos e enaltecedores, no qual o desejo se alimentaria das boas lembranças e a nossa vida seria uma aventura repleta de momentos de eterno prazer.
E para aqueles que pensam que estou ficando louca ao dizer essas coisas, que é insano trocar a mala pela mochila, eu os convido a sair da “poça d’água da eterna sensatez” e a mergulharem num oceano de profundas emoções…
Pois só quem já nadou com o peixe grande do amor sabe que não tem graça viver sempre em águas rasas … somente por medo de se afogar.
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