E quando me perguntarem do que o mundo anda precisando, eu responderei com toda minha força que é de “AMOR, AMOR, AMOR e mais nada”
Não é de hoje que fico admirada com a inocência e pureza presentes no coração das crianças, elas que não precisam muito para acreditar que o amor existe e move todas as coisas..
Embora eu saiba que ao falar de amor, logo venha a tona a imagem de casais e toda a história do seu encontro, não é desse amor que quero falar. Ele é sim digno de muitas honras, mas, o amor entre um homem e uma mulher só existe, se antes houver o amor em sua essência.
Indo contra a crença popular não é preciso estar apaixonado para se viver amando.
Se fosse assim, de onde as crianças iriam tirar sua bondade e seu olhar que vê além das aparências? De onde elas iriam tirar sua fé de que o mundo é um lugar bonito e que ser adulto é fantástico?
Acho que o amor é algo que nasce com a gente, ou melhor é o amor que faz a gente.
Nunca vi alguém padecer por ter amor demais . Mas experimente viver sem amor, bom, acho que sem amor não se tem vida.
Acredito então que só consegue amar alguém, quem antes se apaixonou por si mesmo, pela vida, quem de tanto ter amor dentro de si, uma hora deixou ele transbordar e derramar então sobre outra pessoa.
A verdade é que temos referencias sim do que é o amor, mas ele ainda permanece uma palavra sem exata definição, porque amor, não foi feito para ser descrito, foi feito pra ser vivido, para preencher e dar sentido à vida.
Pensando então, no que o amor não é, diria que, o amor não é um “porque” , o amor se constrói no apesar de. Não se ama pela utilidade.
Se “porque” fosse a essência do amor, pessoas tidas como “boas”, por suas inúmeras qualidades seriam amadas por todos, enquanto aquelas que se destacam por suas limitações de caráter, bom essas não teriam uma alma sequer para olhar para elas.
Muito fácil amar quem conosco se parece, quem nos ama, quem pode nos oferecer algo em troca, quem não nos oferece desafio algum, difícil mesmo é amar alguém que é totalmente diferente de você, a alguém que não saiba quem você é, ou que nada possa te oferecer em troca. Não tendo o amor então uma exata definição, ainda assim, acredito que ele possa ser traduzido em gestos, coisas simples mas que dão sabor a vida, que de tão pequenas se tornam grandes por sua nobreza. Coisas que a sociedade atual em sua busca frenética pelo ter te esquecido:
Um sorriso, um abraço, um bom dia, o respeito, a sensibilidade de se colocar no lugar do outro, o ofertar uma flor, a disponibilidade em ser e estar presente, o carinho, o afeto, o preocupar-se, o ajudar alguém, o não faltar com a verdade, o cuidar de alguém, ainda que quem receba o cuidado não faça a menor ideia de quem você seja, o fazer o bem sem olhar a quem.
São tantas coisas, tantos pequenos mas valiosos gestos que podemos fazer por alguém que poderíamos passar horas escrevendo sobre cada um deles.
Gestos estes dos quais as crianças são nossas exímias professoras. Se quiser saber qual o verdadeiro sentido da vida e da palavra amor, observe uma criança por alguns minutos e você entenderá.
E já que, nenhum de nós chegou a vida adulta sem antes ser criança… Será que não é hora de resgatar essa criança que existe dentro de você e ter a coragem de sair por aí espalhando um pouco de si pelo mundo através de pequenos gestos por todos aqueles que passam por você a cada dia? A criança que fomos um dia, não pode morrer dentro de nós, ela precisa estar ao lado do adulto que nos tornamos para que a vida possa assim ter sentido.
Falar de amor, e que ele pode ser espalhado por aí por suas mãos através de atos tão singelos mas que tem o poder para mudar o mundo é uma Utopia?
Talvez. Mas, como tenho alma de criança, prefiro acreditar que essa é a verdade e quando me perguntarem do que o mundo anda precisando, eu responderei com toda minha força que é de “AMOR, AMOR, AMOR e mais nada”
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