“O único meio de fortalecer o intelecto é não ter uma opinião rígida sobre nada – deixar a mente ser uma estrada aberta a todos os pensamentos“. – John Keats

A mente humana tem grande potencial criador, mas para que ela atinja toda sua capacidade ou o mais próximo disso possível, faz-se necessária a presença de um elemento primordial, inerente a todo e qualquer aprendizado: liberdade.

Quando a mente não possui liberdade, encontra-se presa a amarras inconscientes, sofre bloqueio de valores e se submete a uma série de preconceitos, muitas vezes falsos e prejudiciais para o desenvolvimento de uma forma apurada de raciocínio e, assim, para o alcance de um nível mais elevado de criação.

É importante destacar que permitir à mente ser uma estrada aberta a todos os pensamentos não é, de forma alguma, render-se a todos eles ou aceitá-los, mas sim tentar entendê-los, tentar alcançar a origem e fundamento de cada um deles.

Quando nos permitimos nos despir de todos preconceitos e observamos cada ideia, cada pensamento, como o que ele é, é possível tentar alcançar seus fundamentos e/ou ausência deles. A crítica se torna mais clara, a água dos pensamentos se abre e tudo fica mais simples e fácil.

Por outro lado, quando deixamos nosso intelecto encher-se de opiniões enrijecidas, nós automaticamente nos condenamos à imutabilidade, como se fossemos perfeitos e capazes de produzir pensamentos finais, o que com certeza não condiz com a realidade.

Na verdade, acontece o oposto. É mais natural que uma pessoa com opiniões enrijecidas esteja errada do que certa, uma vez que é provável que seu argumento se sustente em algum fundamento que talvez se aplicou em algum caso concreto na antiguidade ou na mera crendice popular; sabemos que, sendo adeptos do conhecimento, todas as descobertas são importantes, mas todas tendem a evoluir e mudar com o aprimoramento humano e o transpassar do tempo.

Sem contar que pensamentos e ideias enrijecidos tendem não só a ser mais frágeis, mas não suportam qualquer tipo de argumentação ou arguição mais elevada, gerando respostas agressivas por parte do indagado.

Destarte, é importante que nossa mente esteja aberta a todos os tipos de ideias, sem preconceitos, mas também a todo tipo de fontes. É extremamente necessário evitar ridicularizar qualquer fonte, uma vez que além da possibilidade de termos criado um estigma sobre a pessoa, não podemos julgar o livro pela capa e ao mesmo tempo que um macaco é horrível para nadar, é o mais habilidoso na escalada de árvores.

Assim, é necessário, para o aprimoramento de nosso intelecto, deixar a mente livre para a passagem de todo o tipo de informação, vinda de todo tipo de informante.

É claro que é nosso dever escolher quais tipos de informações guardaremos em casa, mas devemos deixar que elas passem pelo nosso crivo e nossa análise, ou estaremos, com toda a certeza, correndo um risco imenso de limitar a nossa capacidade de criação e de interação com o mundo ao nosso redor.

Forte abraço e uma boa semana!

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Direitos autorais da imagem de capa: racorn / 123RF Imagens

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Rodrigo Peres Azevedo
Ser humano em construção, tento aprender com meus erros e dar meu melhor em todas as situações da vida. Sou advogado, bacharelando em psicologia e recentemente estudante de filosofia clássica na Nova Acrópole. Gosto de ler livros relacionados à filosofia, à psicologia e à religião. Desde muito novo me dedico diariamente à arte de pensar. Em verdade, sou um entusiasta da subjetividade.

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