Palavras, são pedras, são penas, ou lágrimas apenas… Ou serão os gestos que não se usaram e ficaram contidos no tempo?
As tuas, eu posso vê-las, com tudo o que lhes somaste. O tempo, a vida, os sonhos, os amores, os amigos, a família e o fado.
Mas, é nas outras palavras, naquelas que trazem raízes que eu te vejo de verdade. Nessas, eu te descubro, vejo a raiva ultrapassada, o desânimo dos momentos difíceis.
Vejo o homem em desalinho na conquista do prazer.
Nas palavras que não dizes, eu vejo cada mulher, uma a uma que te construiu.
Vejo-me a mim também, em todas as letras que tens.
Em cada palavra tua, eu remo ao nosso encontro. Viajo devagarinho, num navio de águas calmas.
Palavras, são vida, são momentos. As tuas, são como o tempo. São grandes, bonitas, são amplas que nem um templo.
Nelas, guardas tesouros, amigos, filhos tidos e por ter.
Guardas os teus segredos e até lhes colocas guitarras, onde escreves rimas com trocas.
Algumas são palmas, são sambas ou apenas trovas. Umas são minhas, foram-me doadas, outras apenas roubadas.
Palavras, as tuas, são casa do tamanho dos teus abraços. Em cada uma que leio, eu sorrio ou fico num aperto, tal como num laço cheio de voltas.
Sinto cada uma delas, vividas aos pedaços e padeço, quando me faltam os momentos.
É nelas, nas tuas palavras, que viajo no teu tempo. E com elas eu me encanto. Muitas dessas palavras, deixam-me entrar nelas, trazem-me lágrimas, memórias e o sorriso do teu olhar. Aquele que me doaste desde o primeiro encontro.
Palavras, Ah! Como eu gosto delas… São a promessa que me fizeste, quando me quiseste ter.
E foi com essas palavras, que me tomaste para ti, em palavras feitas de um laço, chamado de duas margens.
Dizias, aceita esta ponte que nos leva à descoberta de um mundo, onde as palavras que te ofereço, são o caminho que vamos fazer.
Mas nesse percurso novo, por vezes eu perdi-me, desanimei e foram as tuas palavras, doces, compreensivas que me trouxeram de volta.
Palavras, são histórias, são tudo o que quisermos ser…
As tuas, são vida, são tudo o que quero viver!