“Procuremos ser sábios e virtuosos. A sabedoria e a vontade são os dois únicos verdadeiros bens da vida, já que ambos são eternos, como eterno é Deus de quem procedem.”
É um desmundo tão preocupante este desses últimos dias. Sim. Isso mesmo que você leu: desmundo. Eu criei agora esse substantivo com o prefixo “Des” que na maioria das vezes tem o significado que denota vazio, e é assim que estamos vivendo: vazios. Vazios de várias coisas: de ética, de moral, de sentidos, de emoções, de humanidade. Por isso, de substantivo pode ser também um verbo, o de desmundar porque estamos desmundando um mundo que fora criado com perfeição.
O que está acontecendo com esse mundo que fora gerado tão cheio de plenitude por Mãos Divinas (sim, eu creio que foi obra de Deus) que tem sofrido e sangrado com tantas coisas toscas que são consequências de nossas infantis atitudes?
Tudo está acelerado, mesmo o tempo sendo igual todos os dias, porém, nós é que estamos fora do ritmo e vivemos futuros no presente e sofremos por antecipação sempre. Não é fácil eu sei, não ter ansiedade. É difícil sim, mas é possível não se levar por nossos impulsos que nos destrói e rui com esse mundo.
Esse mundo que se afunda em ideologias e discursos exacerbados de egos, só alimenta más emoções a uma geração que se encontra despreparada para tantos obstáculos, dores e sofrimentos da vida. Todos querem resolver somente no grito, esquecendo-se de que possuem um cérebro para pensar e repensar e buscar soluções com sábios argumentos e louváveis soluções. Como já disse Sócrates: “A sabedoria começa na reflexão, com isso, deveríamos muito bem exercer essa prática tão urgente que é a da reflexão.
Ninguém traz a culpa para sim porque “a culpa nunca é minha, é sempre do outro”, e por esse caminho trilhamos teorias e práticas estúpidas de como deve ser a humanidade.
Aceitamos crimes, escândalos, polêmicas, erros de diversos níveis como absolutamente normais. Não! Se algo está fora das leis civis e morais não é normal! Não aceite que mortifiquem seu cérebro a ponto de uma lavagem cerebral total.
O “Novo Mundo”, citado em nosso lindo hino nacional, creio eu que o autor se referia ao mundo que fosse novo em uma totalidade de ideias, que incluem, principalmente, a de uma sociedade que trabalhasse em conjunto com denominadores comuns ao bem-estar do povo e que fosse regido por mentes que respeitam valores humanos vitais.
Porém, ao invés disso, vivemos em uma sociedade inflamada de medo, preocupações e desesperanças, vil em muitas áreas onde se pode ver que os mais frágeis são as maiores vítimas. Então, o que tem para todos nós? Um desmundo, um mundo ao avesso de tudo e desprovido de consciências e sentimentos nobres.
Hoje, estender mão para o outro é (tristemente) um movimento de desconfiança, pois não se sabe se irão ajudá-lo ou ou traí-lo. Uns modismos chatos e insalubres substituem respeito, limite e bom senso.
As conversas são vãs e terras sem lei evoluem e nos engolem, deixando-nos sem chão, sem direitos e amordaçados por fora e por dentro. Não é à toa que a solidão cresce, já que não temos paciência de nos dividir com o próximo, nem para uma conversa de praça, nem para um bom dia no ônibus. Que desmundo maravilhoso estamos construindo com afinco, não é verdade? Um desmundo tal qual a humanidade que o ocupa.
Parem já com esse desmundo, com o desnível de valores, com o vazio de mentes! Cumprimente mais, compadeça-se mais, ore mais. Já há tanto choro… para que mais lágrimas? Será que já não machucamos muito esse mundo? Ainda é possível eliminar o substantivo desmundo e não o conjugar mais.
Sócrates ainda nos disse: “Procuremos ser sábios e virtuosos. A sabedoria e a vontade são os dois únicos verdadeiros bens da vida, já que ambos são eternos, como eterno é Deus de quem procedem.”
Então, reflitamos todos!
Direitos autorais da imagem de capa: Morre Christophe / Unsplash