Numa noite dessas, eu me distrai das correrias da vida e me perdi na imensidão do universo.
Perdi-me num caminho que só as estrelas e os astros conhecem.
Eu que sempre me senti tão pequena diante dos problemas que a vida oferece, agora estava ali trilhando o mesmo caminho que milhões de estrelas já percorreram.
Lembrei ter aprendido ainda na infância que muitas das estrelas que iluminam a noite escura, durante o dia são ofuscadas pelo brilho do sol e que embora não apareçam continuam a brilhar.
Também aprendi que elas guardam no seu interior os segredos da criação e que somos formados do mesmo pó das estrelas.
Aprendemos muito com as estrelas que mesmo depois de mortas continuam a nos encantar com a sua luz.
Eu estava fascinada com tudo aquilo. Se realmente somos feitos da mesma poeira das estrelas, também trazemos dentro de nós um pouco do universo.
Enquanto percorria o meu caminho recitava os versos de Mário Quintana aquele que fala “Das utopias” e que com certeza caberia perfeitamente nesse momento:
Se as coisas são inatingíveis… ora! Não é motivo para não querê-las… Que tristes os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas!
Talvez esse fosse o sentido da vida. Correr atrás dos sonhos, percorrer o caminho das estrelas…
…mesmo quando não se pode vê-las ou talvez tudo isso seja só o devaneio de uma noite mal dormida, um passeio a um lugar que não existe, mas que se projetou e se materializou diante de mim.
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