Por A atitude e pensamentos de pessoas como o “coach da Campari”, estão fazendo com que as mulheres repensem se vale a pena se relacionar.
Você já percebeu que não é difícil encontrar mulheres que estão insatisfeitas com seus atuais relacionamentos ou reclamam o quanto foi ruim a sua relação com seus últimos parceiros? E parece que a insatisfação, na maioria das vezes, parte de relações com parceiros heterossexuais.
Com o mundo totalmente conectado pela internet, estamos vemos com mais frequência desabafos de mulheres frustradas com os relacionamentos com o sexo oposto. Prova disso são os relatos famosos que estão em destaque na web. Há pouco tempo, vimos a separação do ator Luis Navarro, que se separou da esposa Ivi Pizzott enquanto ela estava no puerpério. A justificativa de Luis foi de que “precisava se encontrar”, o que gerou uma enxurrada de críticas para seu lado.
Outra pessoa que está sendo muito criticada no momento é o “Coach da Campari”, Thiago Schutz, que ensina métodos machistas de como se conquistar e tratar uma mulher, o que está sendo alvo de discussão nas redes sociais pelo comportamento dos homens atrelado ao machismo para conquistar ou afugentar uma mulher.
Mas por que as mulheres estão desistindo de tentar?
Todo relacionamento tem um começo, meio e fim, que parecemos conhecer de cor. Mas atualmente existem características atreladas ao machismo e a falta de compromisso que vem sendo identificadas pelo público feminino. Segundo informações do Metrópoles, uma jovem declarou que já passou por vários relacionamentos, e percebeu que a maioria não se comprometem, não tem responsabilidade afetiva ou mesmo carregam traços de uma masculinidade tóxica.
A repetição das histórias parece criar um padrão de frustração feminina que gera um cansaço, uma descrença no “tentar novamente”, seja pela forma como caminha a relação, ou o tratamento dado às mulheres. A jornalista Natália Bosco desabafa pelo Metrópoles que é cansativo se relacionar com os homens, ela já tentou mudar de táticas, lugares ,conhecer novas pessoas, mas no fundo, relata que é sempre a mesma coisa. E esse sentimento parece que é coletivo entre as mulheres e recorrente ao ponto de ganhar a denominação de heteropessimismo.
O que é Heteropessimismo?
Segundo o site Galileu, o Heteropessimismo é uma palavra criada em 2019 pela escritora e pesquisadora norte-americana Asa Seresin, que definiu o termo como sentimento de decepção, constrangimento ou desespero com o estado das relações heterossexuais, ou até mesmo a descrença aos relacionamentos heterossexuais.
A psicóloga e Co-Fundadora do Papo Preta, Shenia Karlsson explica em entrevista ao Metrópoles que é preciso olhar os relacionamentos heterossexuais no decorrer das eras. Segundo ela, foi construído historicamente que a mulher deve ser submissa em um relacionamento conjugal, e quando a mesma não se enquadra nos padrões estabelecidos, seus relacionamentos amorosos fracassam.
Essa ideia, no entanto, está sendo desfeita pelas mulheres quando tomam consciência de que elas não precisam aceitar situações de abuso ou violência para se manterem em um relacionamento e nem precisam se sentir obrigadas a estarem em uma relação amorosa.
Muitas mulheres acabam desenvolvendo um “pé atrás” nos relacionamentos a partir do que vivenciaram no anterior. Natália finaliza sua fala desabafando que todo novo relacionamento quando um cara lhe diz palavras bonitas, a mesma sempre desacredita.
Para Shenia a não aceitação da mulher em relacionamentos ruins pode impulsionar os homens a se tornarem pessoas melhores, mais companheiros e menos machistas. A psicóloga avalia que é comum ter esse sentimento de desconfiança, mas ela vê um ponto positivo, acreditando que as relações futuras serão mais saudáveis quando os homens perceberem que os “métodos tradicionais” de conquistas não estão dando frutos.
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