Numa sociedade que força os homens a esconderem seus sentimentos, eles aprendem que é “natural” fingir normalidade mesmo com o coração partido.
Os relacionamentos amorosos passam por altos e baixos, apresentando aos casais uma sucessão de ciclos com os quais nem sempre vão saber lidar. Ter responsabilidade afetiva, consciência, autoestima e ainda amor para oferecer é uma tarefa árdua, e todos que já namoraram ou se casaram sabem muito bem o que isso significa.
Assumir um romance implica em caminhar ao lado de alguém durante parte da sua trajetória pessoal, mas alguns esperam que seja pela vida inteira. Infelizmente, por descompasso na passada ou rumos opostos, muitos casais acabam se separando, restando apenas um coração partido para cuidar.
Muitas vezes, quando vivenciam uma separação, os homens demonstram instantaneamente que estão muito melhores sozinhos do que com suas companheiras, e isso pode causar mágoa, confusão e até agravar a tristeza de quem compartilhava momentos ao lado desses rapazes. Existem alguns motivos para esse comportamento, e embora não seja nada científico, pode responder a uma sucessão de perguntas.
O término
Existem milhares — ou milhões — de motivos para um término, desde coisas muito bobas até acontecimentos gravíssimos. Apenas a pessoa que está num relacionamento vai saber aquilo que suporta ou não, assim como aquilo de que está disposta a abrir mão e quais são seus limites.
Quando o fim de um amor chega, há o risco de as duas partes saírem machucadas, mas os homens tendem a “forçar a barra”, fingindo que estão extremamente felizes e animados com o fim da relação. A euforia é tanta, que chega a causar estranhamento em qualquer um que conheça minimamente o rapaz. São muitas fotos na internet, indiretas, curtidas exageradas em publicações de outras mulheres e incontáveis baladas para “comemorar” o fim do amor.
Tristeza
Muitas mulheres relatam ficar confusas quando se deparam com um homem tão livre, leve e solto, isso em pouquíssimos dias de um rompimento. Mas as sábias vozes explicam que, na realidade, os homens usam de artifícios para experienciar alguns momentos, principalmente os que envolvem excesso de sentimentos.
A quase totalidade dos homens foi ensinada a não alimentar emoções, a não chorar, porque isso era “coisa de mulherzinha”, a não demonstrar amor, porque era “coisa de quem quer ser traído”, entre inúmeras outras máximas que acabaram forjando indivíduos que fogem a todo custo de seus sentimentos.
Eles não sabem conversar sobre o que sentem, durante a relação, não sabem ter discussões saudáveis em prol do amor, e quando terminam, mascaram sua dor com saídas, companhias 24 horas e, principalmente, outras pessoas que possam “substituir” a anterior, mesmo que momentaneamente.
Eles sentem — e muito!
Sim, os homens sentem o impacto de um término tanto quanto nós, mas são ensinados a lidar com suas frustrações de maneira diferente. Alguns usam a violência como instrumento de controle da raiva, outros escolhem cair na estrada, e existem ainda os que engatilham novos romances em algumas semanas.
E não é por culpa da ex-companheira, tampouco devemos culpar seus pais, que acabam sendo reflexo da própria comunidade. O que podemos fazer é lutar contra ferramentas tóxicas de controle, como essa forma de alimentar o esvaziamento de sentimentos masculinos.
Para os que já sentem o cheiro de algo errado, buscar ajuda de pessoas especializadas no assunto pode ser um ótimo começo. Grande parte não sabe que vive uma situação ruim até o momento em que se abrem para o novo.